ALERTA VERMELHO: JUCAZINHO ESTÁ
APENAS COM 19% DA CAPACIDADE
por Danny
,
14 de setembro de 2014
Dados da Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) apontam que o reservatório, que abastece 65% da cidade de Caruaru, atingiu esta semana um dos menores níveis da história.
As chuvas dos últimos dias não foram suficientes para mudar a realidade dos reservatórios utilizados para abastecer Caruaru. De acordo com a Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima), na quarta-feira (9) a barragem do Jucazinho, em Surubim, acumulava pouco mais de 64 milhões de m³ de água, o que corresponde a apenas 19% da capacidade total de armazenamento (327 milhões de m³). A situação é mais confortável em relação à barragem do Prata, em Bonito, que na mesma data registrava 22 milhões de m³ de água, ou seja, 52% da capacidade (42 milhões de m³).
O
fato está sendo considerado preocupante porque, segundo dados da
Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), a água de Jucazinho –
onde os índices são “alarmantes” – é utilizada para abastecer 65% do
município de Caruaru.
No
reservatório situado a poucos minutos do centro de Surubim, é possível
observar as marcas deixadas pela água nas laterais da cadeia de
montanhas que o cercam, bem como que o volume armazenado tem diminuído
nos últimos dias (a terra molhada nas margens denuncia que há poucos
dias a água estava centímetros acima).
“Jucazinho
é realmente o nosso ‘problema’. É o terceiro ano que a barragem não
acumula água de forma considerável. E isso só não está tão nítido nas
imagens que são feitas de lá porque trata-se de um reservatório grande.
Tem-se a falsa impressão de que a situação é confortável”, analisa o
gerente regional da Compesa, João Raphael.
Outro
agravante é que, segundo o gestor, normalmente o período chuvoso nos
municípios no entorno de Jucazinho (onde o volume de chuvas influencia
diretamente na quantidade de água que o reservatório recebe) acontece
entre dezembro e março. São eles: Surubim (que abriga o reservatório),
Frei Miguelinho, Toritama e Porção.
Em
relação ao Prata, ele aponta que o período chuvoso nos municípios
próximos acontece entre os meses de maio e agosto. Bonito (sede) e São
Joaquim do Monte abrigam os principais afluentes que desembocam no
reservatório.
João
Raphael explica que, para reverter a atual situação, é preciso que, nos
próximos meses, chova acima da média histórica. “Caso contrário, há,
sim, chances de termos que racionar a distribuição de água, pensando em
evitar um colapso”, alerta.
O
meteorologista Vinícius Gomes, da Apac (órgão estadual responsável por
monitorar os recursos hídricos e realizar previsões de tempo e clima em
Pernambuco), aponta que a previsão para o trimestre (setembro, outubro e
novembro) indica que as chuvas devem ficar na média histórica. Para o
Agreste, 132 mm.
“Como
a previsão para os próximos meses são de chuvas normais, logo espera-se
que a quantidade de água acumulada seja baixa e próxima da média
climatológica da região”, indica.
Escrito por Diogenes Barbosa e publicado, inicialmente, no Jornal Vanguarda.
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